quarta-feira, março 19, 2008

Sobre repetidores compulsivos.

Sabe aquela banda de música que depois de encontrar a fórmula do sucesso - Los Hermanos - a repete até a exaustão. Ou programas de TV, ou qualquer coisa vinda da indústria de entretenimento... Enfim, vocês, meus cinco leitores, sabem muito bem. Acontece que creio que vocês não saibam que isso ocorre também com os videogams.

Sim, videogames! Aquelas coisas que muita gente por aí ainda insiste em chamar de brinquedo de criança - minha última postagem aqui já exemplificou o contrário. Pois é, como tudo na indústria de entretenimento os videogames também sofrem disso. Mas não pensem no onipresente e irritante Mário da Nintendo ou qualquer bichinho com que vocês viram seus sobrinhos, filhos ou qualquer criança brincar. Aqui o exemplo descabido de cópia escrachada vai pra um jogo bem pesado.

Trata-se do ainda não lançado Persona 4, previsto para sair no Japão dia 10 de Julho. Para todos os efeitos, cópia fiel do antecessor até melhores informações serem divulgadas.

Eu não vou me dar ao trabalho de buscar imagens para comparar os dois jogos porque não tenho saco. O fato é que os produtores já até deram o mesmo argumento para Persona 4. "Estudantes secundaristas japoneses que à noite saem para caçar demônios em construções estranhas que só aparecem em determinada hora e só para algumas pessoas", exatamente igual a Persona 3.

Se você nunca jogou nem pretende jogar coisa do gênero, ótimo. O problema é que essa série, como já falei antes, sempre se pautou pela originalidade. Agora que atingiram um sucesso até de certa forma, não esperado no ocidente, passam a repetir o mesmo jogo. Uma lástima!

Mas chega de choradeira. Essa é a lei do mercado, não? Nada se cria, tudo se copia...

quinta-feira, março 13, 2008

Shin Megami Tensei: Nocturne


Eu sei que deveria estar falando de minhas impressões sobre minha primeira semana no curso de especialização, mas devido à falta de criatividade e cansaço vou deixar pra domingo. Então, no intuito de preencher um pouco este quase caquético blogue vou falar de um jogo que vem me aporrinhando nessas últimas semanas. O título é aquele de cima mesmo, contudo, vamos chamá-lo apenas de Nocturne pra não gastarmos vela com santo ruim...

Santo... Interessante usar essa palavra pra esse jogo. Ele pode ser classificado de tudo, menos de ter algo de "santo" nele. Pra quem não sabe Shin Megami Tensei - abreviado para megaten - é uma série de jogos RPGs criados pela produtora Atlus. Todos eles têm em comum tratarem de temas relativos a satanismo, assassinatos em grande escala e - coisa que eu mesmo vejo - da falta de bases sólidas nas quais as pessoas têm para se apoiar. Dentre os "megatens" o mais popular deles é Persona 3, um jogo paralelo que faz até mais sucesso que a série principal.

Que série principal? Me pergunta um de meus cinco leitores que não entendem nada de videogame. Ora, Shin Megami Tensei, ele mesmo! Pois saibam que é deste jogo que pretendo falar.

Diferente dos outros jogos do ramo, Nocturne não tem um mundo bonitinho ou algo de bom pra se salvar. Pra começar o jogo tem cenário na Tóquio dos dias atuais. Você começa como um estudante normal que vai a um hospital visitar a professora com mais dois colegas. Ao chegar lá, descobre que o mesmo está completo e misteriosamente vazio. No porão, tentando encontrar a tal professora, dá de cara com um sujeito estranho em frente a um objeto cilíndrico enorme mais estranho ainda. É aí que a maldita aparece e o manda ir para o terraço do prédio com ela. E pra que? Me pergunta o leitor aborrecido. Simples, ela quer que você presencie nada mais nada menos que o fim do mundo. Isso mesmo, o fim de tudo que existe! Assim, o céu torna-se negro e toda Tóquio é destruída num piscar de olhos.

Você desmaia e um menino estranho lhe ofereçe um "presente" sem o qual não poderia sobreviver. Um inseto cibernético asqueroso que entra em seu corpo e o torna metade humano metade demônio.

Do resto acho desnecessário falar. Você precisa sair daquele prédio, agora infestado de demônios e almas penadas. E ao sair dele, descobre que os únicos sobreviventes do "apocalipse" foram você e seus dois colegas, estes sumidos. Sem falar que a própria cidade de Tóquio transformou-se literalmente num inferno, envolvida numa espécie de vórtice temporal fechado. Neste momento o menino reaparece dizendo que você tem o poder de dar a ordem ao caos, qualquer ordem.

Pra resumir, você tem que sair por essa cidade devastada às cegas e enfrentando, às vezes até recrutando, demônios. Ou seja, para todos os efeitos está sozinho. E tudo que você decidir ao longo do jogo dará margem ao que acontecerá com aquele mundo ao final para pior ou melhor.

A idéia até que é boa, mas esbarra ao meu ver no preciosismo que os produtores deram às áreas do jogo e à dificuldade do mesmo. São grandes demais, o que faz você ficar desmotivado depois de um certo tempo. As dungeons são gigantescas e cheias de paredes e buracos escondidos. Para piorar tudo, a história se desenvolve muito lentamente, tornando o jogo, além de espetacularmente difícil, monótono.

Enfim, Nocturne exige paciência, muita paciência ao se jogar. Mesmo tendo um bom começo não escapa de ser irritante ao longo do caminho... Mas se algum de vocês ainda quiser jogar vai aí um conselho; nunca jogue mais de uma hora por dia dele.