terça-feira, outubro 31, 2006

A última sobre eleição.

Parece que domingo passado foi dia de um grande velório. Acho que nem se o país tivesse perdido uma guerra as pessoas sairiam tão chochas à rua.

Não foi um dia normal de eleição.

Não houve o pessoal da boca de urna enchendo as ruas de santinhos(tá, isso foi até bom). Também não vi as brigas de bar, onde gente completamente bêbada e pouco se fudendo para a lei seca defendia calorosamente seus candidatos, muitas vezes gerando confusões no bairro todo. As pessoas saiam à rua cabisbaixas, tristes. Como se estivessem para cumprir uma obrigação terrível a qual não se podia fugir.

Domingo passado não foi um dia alegre como outros parecidos costumavam ser...

Pra terminar, foi uma eleição muito calma e ordeira. Quase se poderia dizer no nível de países democráticos e desenvolvidos. Uma verdadeira chatice!!!

Se a coisa continuar assim é bem provável do Lula fazer com que consigamos subir à primeira divisão do mundo. Ou não...

Esta semana a Granja do Torto vai justificar o seu nome...

E eu, como bom arroz de festa cachaceiro, iria lá, caso me convidassem. Provavelmente aproveitaria a desculpa de estar bêbado para sacanear o Lula na cara dele, muito embora sua excelência nem se dará conta do pastiche, visto que estará mais irrigado do que eu.

Mas como não me convidam pra essas festas...

Vamos aos fatos, então. O homem ganhou de um candidato completamente sem carisma e tampouco plano de governo. Não que Lula tivesse o último, mas nosso derrotado limitava-se a repetir a mesma ladainha que seus assessores de marketing lhe mandaram dizer quando surpreendentemente passou para o segundo turno. Ou seja, creio que até um cavalo ganharia de semelhante boneco de posto de gasolina. Só faltava levantar e sacudir os bracinhos de indignação como os mesmos...

Então, já eleito, Lula todo pimpão na frente de um monte de jornalistas estressados e doidos pra voltar pra casa, diz que o Brasil vai deixar de ser um país em desenvolvimento para passar a desenvolvido. Certo, muito bonito. Creio que todos por aqui querem o mesmo. Mas titio Raymundo Faoro já disse em idos anos que não é possível implementar medidas modernizantes num país onde o estamento é dominado por estruturas pré-capitalistas ou até medievais. E isso que ocorre com nosso Brasil varonil. Para tentar o feito que propõe ele teria que simplesmente destruir a estrutura de poder que há no Brasil, a qual também o sustenta. Isso além de uma série de outras coisas que passam por fazer o que o Estado tem que fazer como um bom sistema educacional e de saúde.

Enfim, de qualquer modo a festa lá na Granja deve se estender até o fim da semana. Indo terminar, quem sabe, em ensolaradas praias em qualquer canto deste país. Só espero que eles tenham comprado bastante Engov...

terça-feira, outubro 24, 2006

Sanctuary

Não sou um grande admirador de quadrinhos. Verdade é que o gênero pra mim sempre foi ligado à histórias infantis cheias de figuras excessivamente coloridas e em poses mais que esdrúxulas. Vez por outra ia a alguma banca e tentava ver qualquer coisa de X-men, Homem Aranha e afins. Mas sempre parava nos desenhos estranhos e histórias idiotas.

Então, certo dia, me indicaram um mangá chamado One Piece. Eu, que sempre havia gostado de desenho japonês até que achei o dito interessante, embora muito juvenil ainda. Mas tudo bem, comecei a ler aquilo assim mesmo.

Dia desses passei novamente por uma banca atrás do suplemento literário do jornal de sábado(temos que fiscalizar a concorrência!) e dei com a figura ao lado. Era uma revista bem grossa, o que pra mim significava muita coisa pra ler numa tarde morosa de sábado. Comprei a dita e fui pra casa ler jornal e mangá.

Tratava-se de uma espécie de história policial cujos principais personagens são um mafioso e um aspirante a político. Ao que tudo indica o cerne da história trata de um plano para levar o segundo personagem a primeiro ministro do Japão. Então o que não faltam são intrigas políticas e a esperada dose de violência em enredos desse tipo.

Mas nada de personagens pegando fogo e disparando raios com as mãos, tão comuns em quadrinhos. Os ossos quebram-se mesmo e ninguém se cura milagrosamente.

Contudo o que me prendeu foi esse plano dos dois personagens de passar por cima de estruturas políticas já a muito assentadas num país que prima ao mundo por ser uma sociedade tradicionalista. Não se explica muito bem suas motivações. O pouco que se mostra está nas falas do mafioso que diz querer "dar um herói aos jovens" ou quando explica porque entrou para o crime, onde pode em um dia fazer algo que um homem levaria trinta anos.

Talvez seja cedo para elogiar, mas de qualquer modo vou atrás dos próximos números.

segunda-feira, outubro 23, 2006

O mito silente.

Bem, não sei quanto a maioria das pessoas, mas estava reparando numa coisa: Esta é a primeira eleição para presidente sem o Brizola. Sem suas infindáveis chamadas televisivas nas quais abusava do estrionismo para descer o pau no governo, no Lula e em quem mais aparecece.

Certo, o cara era um dinossauro getulista dos mais empedernidos. Mas não há como negar que ele tinha estilo, e muito! Quando vejo hoje os candidatos e governantes olhando para as câmeras de televisão de olhos arregalados como meninos assustados me lembro do Brizola. Ele sim, sabia falar para uma câmera! Foi um dos poucos políticos que vi saber realmente empostar a voz num discurso. O resto parece que fez curso de locução por correspondência.

Mas pra não falar somente nas qualidades de showman dele, é de se fazer notar que Brizola jamais se impressionava com um argumento contra qualquer ato seu, seja como político ou não. Isso por estar escudado pela mais adamantina teimosia que já existiu em um ser vivo. Os esquerdistas e oposicionistas de hoje jamais poderiam lhe ofuscar nisso. Ainda que fosse capaz dos atos mais estranhos do mundo como aliar-se a Lula depois de achincalhá-lo para o país inteiro, sempre tinha uma justificativa para o que fazia, por mais que esta fosse esdrúxula. Pois contra teimosia como aquela não havia como se opor.

Gostaria de saber o que ele teria a dizer a gente que hoje gosta mais de falar de dinheiro sujo e moral sacrossanta que de soluções. Talvez não tivesse nada além de sua habital cantinela, composta durante tantos anos de getulismo. Muito provavelmente não teria grande utilidade. Mas que seria divertido ver o homem soltar o verbo, isso seria!

sexta-feira, outubro 20, 2006

Aviso importante

Estou pensando em promover umas mudanças neste blog. Deixá-lo com mais cara de coisa-feita-por-jornalista. O que implica em parar de falar de mim mesmo um pouco e olhar para os lados. Com um pouco de sorte até posso tentar publicar algumas reportagens minhas aqui.

Isso até era para ser o objetivo inicial disto. Mas a coisa acabou tomando outros rumos durante esses meses.

Mas não fazer tipo de sério, como se o que eu digo é coisa para colocar no pedestal da verdade, como a maioria dos jornalistas faz. Até porque, ninguém leva um blog a sério mesmo. E também por não conseguir dizer nada sem soltar uma ironia que seja. Fazer o que se sou assim!

Se eu conhecesse html até mudaria o layout disso, mas acho que vai ficar como está. Vou ver o que posso fazer quanto a visual.

Bem, é isso. Estou aberto à sugestões dos quatro ou cinco que lêem esta página.

segunda-feira, outubro 16, 2006

Fudeu 2, a missão(e desta vez em definitivo).

Pois é, não consegui passar nem mesmo na análise dos projetos para o mestrado. Deram-me uma bela carimbada na bunda e me mandaram pastar, que academia não era meu negócio. Pelo menos não tenho mais que ler aqueles textos horríveis, cheios de frases com mais de sete linhas e sem nenhum nexo entre elas. Se alguém puder me explicar de onde vem essa idéia de que pra escrever academicamente, tem que escrever como uma criança de primário com notas baixas, agradeço...

Mas para não ficarem dizendo por aí que é despeito eu sei que não fiz o projeto dos sonhos dos professores do curso. Abusei da ironia e de um monte de brincadeiras estilosas em volumosas três(!) páginas. Concordo que isso tenha sido demais para eles. E, maior de todos os pecados, escrevi em primeira pessoa. Isso porque o texto ficaria uma bela merda se eu passasse tudo pra terceira, como manda o figurino. E prefiro morrer a entregar um texto mal redigido!

Enfim, a coisa toda não estava tão bem estruturada assim aos moldes acadêmicos. Pelo menos aos do curso de Comunicação Social da UFMG, impressionantemente rigorosos em comparação a outros cursos. O processo de mestrado para a Ciência Política da UFRJ é muito, mas muito mais tranquilo(nesse eu admito a vagabundagem). Talvez porque o "campo da comunicação" não esteja ainda definido - isso com quase cem anos de comunicação de massa.

Bem, já que eu não sirvo mesmo pra isso de universidade, decidi: chega desse negócio. Daqui pra frente não quero nunca mais ouvir falar de academia e nem de seus frequentadores chatos e metidos a espertos, muito menos dos seus autores sem estilo.

Vou ler A Vida e as Opiniões do Cavalheiro Tristam Shandy, de Sterne. Pra quem não sabe, o livro que influenciou diretamente Memórias Póstumas de Brás Cubas. Ao menos dou umas boas risadas com um texto...

domingo, outubro 08, 2006

"A culpa é sua!" "Não, é sua!" (Debate dos presidenciáveis?)

Bem, acabei de assistir mal assitido ao primeiro debate entre os candidatos a presidente no segundo turno. Primeiro, preciso dizer que não prestei a devida atenção a tudo que foi dito porque aquilo parecia mais briga de criança. E como Geraldinho insistia em dizer que foi Luizinho quem rasgou a cortina da sala - embora estivessem na mesma brincadeira - de solução que é bom não se soube.

Mas continuemos...

De início Geraldinho começou com a estratégia óbvia de acusar Luizinho de fazer bagunça na casa, emporcalhando tudo de sorvete e não deixando os outros brincarem com seus brinquedos. Não pôde deixar de falar também que Luizinho comprou um aviãozinho que não divide com ninguém Fez birra como ele só! Do outro lado Luizinho dizia que não e não, o aviãozinho era de todo mundo e a bagunça foi a turma de Geraldinho que começou. Que ele é que está tentando arrumar senão a mamãe briga. Depois Geraldinho disse que estava dodói há um tempão e não conseguiu achar remédio na caixinha porque Luizinho não pediu pro papai. Ele, que é muito esperto, disse que pediu pro papai uma caixa muito maior, mas os remédios vão chegar mais tarde, que são muitos.

Então Geraldinho começou a espernear chamando Luizinho de mentiroso. E que mentir era feio e papai do céu castiga! Queria também saber de onde veio todo aquele sorvete que emporcalhou a sala já que não tinha visto na geladeira. Quem sabe ele queria um pouco do sorvete também, mas teve vergonha de pedir... Luizinho respondeu que o sorvete não era dele e que não foi ele quem sujou a sala. E que vai falar com a mãe de quem sujou para ela dar um belo puxão de orelha no moleque mal-criado.

Por fim, Geraldinho e Luizinho passaram a chamar-se mutuamente de feio, burro, mentiroso e - o pior de todos os xingamentos - cara de mamão! Isso enquanto a roda de amiguinhos punha mais lenha na briga

Acho que estou ficando velho pra essas brincadeiras de criança!

quinta-feira, outubro 05, 2006

Segundo turno reloaded.


Sei não, mas acho que o Alkimin estava olhando para outra pessoa, esperando alguma reação para tirá-lo de perto do Garotinho. Mas como ninguém apareceu...

terça-feira, outubro 03, 2006

Final Fantasy X, a vagabundagem suprema da eleição.

Como prometido vim falar sobre o Final Fantasy X, embora eu saiba que a maioria dos que lêem esta coisa não gostam mais de video-games. Mas foda-se.

Para começar, imagine o Ronaldinho Gaúcho empunhando uma espada e desferindo golpes contra monstros feios, maus e cheios de magias. E depois disso tudo ele ser jogado para mil anos no futuro, num lugar muito estranho... Tudo bem, forcei com a parte do Ronaldinho, mas é mais ou menos assim o protagonista do jogo, que atende pelo nome de Tidus. Um sujeitinho meio estrelinha de um esporte que mais parece um polo aquático jogado numa enorme esfera completamente cheia d'água. Num belo dia, Sin, um monstro enorme e super poderoso ataca a cidade onde ele vive bem no meio de uma partida do campeonato. Ato contínuo, um amigo de seu pai, que odeia - e que o criou, o amigo - aparece e lhe dá a tal espada numa das cenas mais engraçadas do jogo. "Espero que saiba como usar isso", diz Auron, o tal velho, enquanto Tidus cai com o peso da espada.

De resto, ambos são transportados para o futuro onde o nosso herói tenta encontrar um jeito de voltar e percebe que a mínima chance que tem é derrotando o tal Sin(o pecado, em português). Acontece que, além dele ser um monstro gigantesco que volta e meia aparece e arrebenta com todo mundo, Tidus descobre que há mais coisas no fato de estar naquele mundo além de uma mera conhecidência. Que envolve o seu pai, também...

Enfim, adorei o enredo. A história toda, pelo menos até o ponto onde pude jogar, é narrada por Tidus no tempo passado. O que eu vejo como uma grande inovoação em RPGs. Se alguém conhece outro jogo assim me avise. Além da construção dos personagens ser a mais completa que já vi num video-game. Tudo bem que existem os clichês como o par romântico com Yuna, uma morena - de peito pequeno, diga-se logo - que é a única capaz de invocar um "espírito" que poderia derrotar Sin. E também devo dizer que o Tidus em questão é loirinho e usa uma espada enorme, se bem que de personalidade bem diferente de outros parecidos de episódios anteriores...

Mas o que me pegou no jogo foi a sequência incial acompanhada de um solo de piano tão triste que quase tive vontade de chorar...

Eu realmente preciso arrumar um Playstation 2 pra mim.

segunda-feira, outubro 02, 2006

Rapidinhas.

Muito embora eu tenha gasto meu fim de semana no Final Fantasy X (que comentarei amanhã, com a música tema - solo de piano filho da puta de bom! - na cabeça ainda) aconteceu tanta coisa que eu acho poder comentar.

Antes de mais nada começemos pela eleição. Pensei que essa coisa toda terminaria ontem para eu poder voltar à minha paz mas me enganei. No último momento o pessoal decidiu dar pra trás e dar mais uns votinhos pro Alkimin picolé de chuchu. E nem adiantou o Lula dar uma de esperto e não ir ao debate. No fim a patuléia o ferrou. O que sobrou mesmo desse dia desgraçado - já que nem beber eu pude - foi assistir o Alexandre Garcia falando todas as obviedades do mundo no Fantástico. Parece que a Globo gosta de por gente pra falar que vai subir pra cima e descer pra baixo como comentaristas...

E continuando a falar de Fantástico. Quem merda foi aquela de imagem de Jesus na parede? E a tal da bolinha verde?! Tudo bem que redações muitas vezes tornam-se verdadeiras filiais do inferno por falta de assunto, e a do Fantástico deve ser uma das piores... Mas isso? Não tinham nada melhor pra contar não? Isso sem falar da enésima vez que mostram um adolescente babaca e ignorante que entra em comunidades nazistas-sexistas-racistas-e-o-caralho-a-quatro-do-orkut por que achou muito doido.

Por fim, o tal do avião que caiu tinha uns dez cachoeirenses e não se fala de outra coisa na cidade. Uma demonstração explícita de morbidez gratuita, a qual nunca precisa de grandes motivos para ser exercitada. E olha que isso numa cidade de quase 200 mil habitantes, não uma Ouro Branco da vida(a Gabi que me desculpe, mas ela fala tão mau do lugar).

Era isso. Amanhã falo do raio do jogo.