sexta-feira, maio 26, 2006

O tarado da livraria.

Quem me conheçe sabe que eu sou completamente viciado em livros. Leio de tudo, tudo mesmo. Quando ainda era um adolescente chato e metido à besta achava o máximo as batalhas da Ilíada e as tiradas do Machado de Assis, ainda que não entendesse muito bem ambas na época. Logo, ao contrário de muita gente da minha idade, meus heróis não eram sujeitos sarados, metidos em colants de cores berrantes, exibindo avantajados sacos... Não, senhoras e senhores. Meu grande herói chamava-se Brás Cubas, seguido de perto, mas não muito que possa comprometer, por Aquiles Pelida.

Por aí dá pra ver que eu não fui um adolescente muito normal no que se refere a preferências culturais. Pra falar a verdade, só entrei em contato com essa tal cultura pop já na faculdade, mas isso é conversa para mais tarde.

Mas entremos no assunto logo. Assim, como bom comedor compulsivo de livros, não posso chegar perto de uma estante com os mesmos que me transformo. Tenho uma vontade enorme de tomar, violar todos eles de uma vez. Sugar o caldo de suas letras até um gozo final e apaziguante, quando nada mais puderem me oferecer a não ser o aroma sutil de papel e tinta... Então coloco-os num canto até ter vontade deles novamente.

O que acontece é que esse estado é terrivelmente potencializado numa biblioteca ou livraria. Como nas bibliotecas ninguém repara em mim, falo das livrarias. Entro numa e fico observando minhas vítimas, examinando as impressões, os preços, as fontes usadas nos textos, tudo. Quando, sem razão aparente, começo a mexer treslucadamente neles, trocando-os de lugar, passando rápido as páginas como que para tenter estuprá-los, ali mesmo na forte luz da loja. Até o ponto em que um vendedor, ou seja lá quem for, vem a mim com a cara mais idiota do mundo e pergunta se preciso de ajuda. Volto a mim e percebo que todos os vendedores da loja me olham assutados, como um facínora perigoso. Também os livros me parecem hostis no momento. Para disfraçar, dou uma volta lenta pelo resto da livraria, resistindo o máximo que posso ao apelo dos livros nas prateleiras, ali, ao alcance de minha despudorada mão. Então saio de fininho prometendo a mim mesmo que vou me controlar da próxima vez, que acaba sendo a livraria mais à frente, mas isso nunca acontece.

Eis a minha sina...

quinta-feira, maio 18, 2006

Regime

Acho que estou conseguindo diminuir as calorias.

Tanto que hoje só comi uns poucos nacos de carne de churrasco e meia garrafa de cerveja filada de um amigo. Estou tentando perder um pouco de peso que consegui a base das licenciosidades calóricas cometidas desde que me formei - mais ou menos um ano. Minha meta é chegar ao nível Reinaldo Gianechini!

Torçam por mim!

quarta-feira, maio 17, 2006

Estou ficando velho, acabado!...

Voltei ontem de Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo. Conhecida terra do Rei Roberto, Rubem Braga e deste que vos escreve. Fui lá pra passar um fim de semana de mães tranquilo e eis que recebo um notícia estarrecedora:

Um velho amigo meu de infância, quase um irmão, ficou noivo!

Tá, eu já havia conversado sobre isso com ele no messeger durante algumas semanas, mas nunca pensei que ele seria capaz de tamanho ato. Enfim, o cara resolveu virar "homem sério".

O que me faz refletir o quanto estou ficando velho... Realmente, quando as pessoas com as quais você conviveu toda a vida começam a casar e ter filhos isso é atestado de que é melhor você também dar um jeito na vida e deixar de ser vagabundo. Ou não... Como já dizia Caetano.

Também a tal festa de noivado - teve isso, sim! - foi praticamente na mesma semana do meu aniversário. O que faz com que minha crise de selinidade precoce seja bem maior.

Só falta eu achar cabelo branco, agora! E o pior é que tem gente que diz que vou ficar careca quando envelhecer...

segunda-feira, maio 08, 2006

Blá blá blá...

Eu não vou mentir pra ninguém. Ultimamente tem sido meio difícil pra mim escrever qualquer coisa alegre. Minha vida anda meio complicada nestes tempos, o que só vem a piorar o sarcasmo que carrego desde sempre - acrescido de boas doses de tristeza.

Pensava em fazer uma espécie de crítica à obra de Sidney Sheldon, do qual sou leitor de metade de duas obras. Sim, metade de cada uma, pois foi até onde consegui chegar nesses livros. Com certeza muita gente que me conheçe ficará chateada com isso quando elas souberem. Afinal, conheço gente que gosta de Sidney Sheldon. Talvez meu único atenuante seja o fato de que eu, sinceramente, tentei ler aquelas coisas. Tentei com todas as minhas forças, que acabaram por fenecer num doce e agradável sono, deitado no sofá...

Não que eu não tenha lido livros "de respeito" e tido a mesma experiência(confesso, não consegui ler "O lobo da estepe"!). Aliás, o que não falta no mundo são livros aborrecidos.

Assim, posso até dar um desconto para o "Código da Vinci". Calma! não me apedrejem agora! Pois é, o livro é um amontoado de besteiras e falácias, mas chegou até a ser divertido durante o dia que eu gastei lendo-o. O final foi idiota, mas isso não vou comentar agora...

Em tempo, o que realmente espero ver no filme sobre esse livro é a Audrey "Amélie Poulain" Tatou. Vai ser engraçado vê-la como uma super-agente que não sabe absolutamente nada do que está se passando em volta dela... Vai quebrar um pouco a figura de Amélie!

Espero não ter sido muito chato até aqui. Mas por hoje é só.

quinta-feira, maio 04, 2006

Lá vou eu de novo!

Bem, decidi começar com isto de novo. Acontece, que como não tenho grande coisa pra postar agora, ponho um poeminha do Gregório de Matos.

Da próxima vez ponho algo mais interessante.


Definição de Potências

Trique trique, zapete zapete.

O casado é enfadado
por não ter, a quem lhe aplique
anda já tão desleixado,
que inda depois de deitado
não faz senão trique trique.

O soldado de lampeiro,
quando chega ao batedouro,
vai lhe sacudindo o couro
e com a força, que bate
faz trique zapete zapete.

O Frade, que tudo sabe,
e corre os caminhos todos.
vai dando por vários modos,
e olhando por toda parte,
e faz trique zapete zapete.


Eu tenho uma interpretação para esse poema, mas acho inapropriado falar dela agora. Cada um faça a sua, que não acho serem muito diferentes.

No mais, voltei, por enquanto.