Vamos falar sério. Desde o meu tempo de faculdade - e já fazem uns bons anos - ouço o papo de que as mídias convencionais estão morrendo, que o lance agora é internet e coisa e tal. Não discordo que a rede é uma ferramenta muito importante para divulgação de idéias - como este humilde blogue - e informação ao redor do mundo. Muita gente mesmo usa isto aqui como uma forma lícita e interessante para se comunicar com outras pessoas, que de outra forma estariam longe de seu alcance.
Acontece que a internet não é composta apenas de seres iluminados e desejosos de compartilhar informações em prol do engrandecimento da humaninade. Existe pornografia infantil, jogos de azar, vírus de computadores e até aquelas piadinhas idiotas que você gosta de mandar para seus amigos por e-mail. E não vamos nos enganar, essas coisas compõem a brutal e esmagadora maioria do conteúdo da rede e também o que faz gerar mais acessos em qualquer página.
Então vamos raciocinar: O que faz alguém pensar que criar um movimento iniciado no Twitter pode derrubar um político influente? Sim, estou falando do tal #forasarney aqui. Sou totalmente a favor de tirar o velho caudilho de lá há muito tempo. Acontece que ficar botando legendinha em recadinhos de 140 caracteres não está dentro do que eu penso como forma válida de ação política.
Já vi justificativas sobre o movimento dizendo que são cerca de 60 milhões de usuários conectados no país. Mas quem são esses usuários? Será que todo mundo usa a internet pra protesto? E será que esses que usam não são somente adolescentes atrás de uma brincadeira nova cuja importância para eles equivale a que roupa usar na "balada"? Tenho sérias dúvidas quanto a validade desses movimentos.
Os arautos do twitter e outras redes de relacionamento tem comemorado muito dizendo que seus esforços estão sendo premiados, uma vez que o bigodudo vem cambaleando. Mas e as reportagens diárias sobre o velho nos jornalões e na TV, não contam mais?
Esse "oba oba" em torno de ferramentas de internet não é novo. Já disseram que os blogs eram a nova mídia. Eles falharam miseravelmente, "cooptados" pelas mídias antigas. Agora a vedete da vez é o twitter. Por quanto tempo não sei. Só sei que, se dependesse desse povo que prevê o fim das mídias tradicionais o The New York Times já deveria ter quebrado pelo menos umas quatro vezes nesta década.
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Um comentário:
Também não acredito em movimento via twitter, creio que não seja justificativa para a velha desculpa do "melhor do que nada".
Ótimo texto.
Por coincidência meu post também fala desse movimento.
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