Pois é, não consegui passar nem mesmo na análise dos projetos para o mestrado. Deram-me uma bela carimbada na bunda e me mandaram pastar, que academia não era meu negócio. Pelo menos não tenho mais que ler aqueles textos horríveis, cheios de frases com mais de sete linhas e sem nenhum nexo entre elas. Se alguém puder me explicar de onde vem essa idéia de que pra escrever academicamente, tem que escrever como uma criança de primário com notas baixas, agradeço...
Mas para não ficarem dizendo por aí que é despeito eu sei que não fiz o projeto dos sonhos dos professores do curso. Abusei da ironia e de um monte de brincadeiras estilosas em volumosas três(!) páginas. Concordo que isso tenha sido demais para eles. E, maior de todos os pecados, escrevi em primeira pessoa. Isso porque o texto ficaria uma bela merda se eu passasse tudo pra terceira, como manda o figurino. E prefiro morrer a entregar um texto mal redigido!
Enfim, a coisa toda não estava tão bem estruturada assim aos moldes acadêmicos. Pelo menos aos do curso de Comunicação Social da UFMG, impressionantemente rigorosos em comparação a outros cursos. O processo de mestrado para a Ciência Política da UFRJ é muito, mas muito mais tranquilo(nesse eu admito a vagabundagem). Talvez porque o "campo da comunicação" não esteja ainda definido - isso com quase cem anos de comunicação de massa.
Bem, já que eu não sirvo mesmo pra isso de universidade, decidi: chega desse negócio. Daqui pra frente não quero nunca mais ouvir falar de academia e nem de seus frequentadores chatos e metidos a espertos, muito menos dos seus autores sem estilo.
Vou ler A Vida e as Opiniões do Cavalheiro Tristam Shandy, de Sterne. Pra quem não sabe, o livro que influenciou diretamente Memórias Póstumas de Brás Cubas. Ao menos dou umas boas risadas com um texto...
segunda-feira, outubro 16, 2006
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5 comentários:
Michel, me livrei dos textos escritos academicamente pra adentrar o universo dos textos truncados com termos estranhos (que poderiam facilmente ser substituídos por um sinônimo mais compreensível). Ah, acho que ficou na mesma.
Pior que neguinho usa tanta palavra complicada e não sabe nem onde colocar vírgulas direito. depois dizem que os alunos de Comunicação é que não aprendem nada...
Eu odeio isso, odeio essas regras chatas que não servem pra nada, a não ser pra aporrinhar a vida do pobre mestrando.
O problema nem é tanto as regras de texto, são as exigências descabidas da Comunicação.
Os caras querem que você elabore um esboço de projeto de mestrado em no máximo cinco páginas, com justificativa, objeto, bibliografia e tudo sobre o que você fará em 2 anos! Fora a montanha de textos que você é obrigado a ler. Diga-se de passagem, 90% dos próprios professores do curso. Muito fora da realidade.
O processo da Ciência Política da UFRJ tinha só uns 4 ou cinco livros e provas. Nada de projeto, o que é muito mais lógico.
E a bibliografia da Filosofia da FAFICH tinha só três livros, os clássicos do ramo.
Mas como os clássicos da comunicação mundam a cada ano...
Eu falei justamente das exigências do Departamento de Comunicação, que basicamente devem funcionar pra UFMG toda (eu ainda não sei como é na Letras, tenho até medo de perguntar) e quanto ao comentário no meu blog, vc quer ler literatura americana e me lê Sidney (?) Sheldon? Fala sério né Michel. Faulker é legalzinho, não é o meu favorito. Tem muita coisa boa dentro das escritas das minorias, simpatizo muito com os afro americanos. Mas enfim, gosto é gosto e vc não é obrigado a gostar de nada disso. Mas que eles são chatos, ah sãããão.
Maicou, seu velho coiote!
Por acaso tem alguma outra universidade que seja mais pra você? UFOP, UFJF, sei lá. Continua investindo em suas idéias, se for de coração!
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